quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Demissível - Rodrigo Della Santina in Obvious


Às vezes tenho ganas de matar a fera,
Que, como o fogo, ruge e se sacode inteira

Dentro aqui do meu ser intemporal. Eu quero,
Às vezes, num assomo de angústia, desespero,

Esquecer das minhas páginas em branco e andar,
Andar por uma via menos dura: achar

No corredor da consciência humana o som,
A minha voz reverberando outra canção.

Mas o meu coração é um soluçar discreto,
Um tique-taque eterno pendurado num prego

Duma parede do meu ser intemporal
Que, para respirar, sufoca, esgana o mal,

Arranca-o pela raiz. E essa realidade
Ressurgente, uma propaganda da verdade,

Convence-me a seguir em frente, sempre em frente...
O tempo... O tempo é o meu amor inteligente.
Leia mais: http://lounge.obviousmag.org/o_limiar_da_lucidez/2012/02/demissivel.html#ixzz1lu7d2Wop

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