«Perguntou-me o que é que eu escrevia nos livros. Respondi-lhe que me escrevia a mim. Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridículas: amor, esperança, estrelas, e nas palavras mais belas: claridade, pureza, céu. Transformo-me todo em palavras.» José Luis Peixoto
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
sábado, 12 de janeiro de 2013
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
O menino - Fabris Rendelli
O menino sem querer viu o céu, desconcertando-se de grandeza. Viu que o tempo era um fragmento de nossa lendária eternidade e que não há diferença entre o primeiro e o último suspiro. As estrelas iluminavam-lhe a morte de forma tão precisa que, sem querer, percebeu-se festejando a vida intensamente. Embriagado de desejo, enfiou as mãos na areia para sorver a voz espalhada pelo pó e vindas de tantas bocas. O dia seguiria surgindo inevitavelmente, ascendendo e apagando gerações inteiras, infectando de luz nossas trevas cotidianas.
O menino que olhava o céu, desconcertado de grandeza, amava em silêncio o instante sempre perdido.
Os girassóis de ontem - Fabris Rendelli
E cada vez mais longe, cada vez mais distante, perdida e consumida, sabe que dia menos dia estará sozinha e só terá seus vermes como companhia para suas longas noites nas quais chorara o abandono de tanta gente, incluindo a si mesma. Ela se queimará por febres sombrias nos umbrais da velhice, onde a lembrança mais terna se resumirá na fantasia do que poderia ter sido e não foi. E uma multidão de bichos explodirá de sua solidão para chegar até a última luz de sua vida, que teimosa haverá poupado por todo o tempo, inutilmente. Centenas de milhares de bigatos de todo asco, repulsa e fuga, farão de seu coração seco e morto sua última morada.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Virtuoso Lute Music from Italy and England,Jakob Lindberg
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