terça-feira, 30 de outubro de 2012

Didrik Solli-Tangen feat. Tine Thing Helseth - Best kept secret (Live)


Vivaldi Juditha Triumphans devicta Holofernes barbarie, RV644 / Robert King The King Consert


Haydn Cello Concerto in D major, Hob.VIIb: 2 / Jean-Guihen Queyras Freiburger Barockorchester


Vivaldi Concerto para Viola d'amore e alaúde em D menor, RV540 / Fabio Biondi Europa Galante


sábado, 27 de outubro de 2012

MARIE ANTOINETTE: A MADONNA DO SÉCULO XVIII

© Retrato de Marie Antoinette aos 16 anos, (Wikicommons, de Joseph Kreutzinger).


Maria Antonieta Josefa Joana de Habsburgo-Lorena (em francês: Marie Antoinette Josèphe Jeanne de Habsbourg-Lorraine), arquiduquesa da Áustria, foi a rainha consorte de França de 1774 até à Revolução Francesa, em 1789. Era a filha mais nova de Maria Teresa de Habsburgo e de Francisco Estêvão de Lorena, imperatriz e imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Casou-se em 1770, aos catorze anos de idade, com o delfim francês Luís Augusto de Bourbon, que, em 1774, se tornou o rei de França, com o nome de Luís XVI.
Na corte hostil de Versalles, Marie decide, portanto, criar o seu universo recorrendo à moda. A rainha mudava constantemente a sua aparência, variando entre penteados extravagantes a vestimentas bucólicas de campo que desfilava num círculo mais privado, no seu Petit Trianon, passando ainda pelas andróginas silhuetas masculinas de montar. Reinventando-se constantemente, Antoinette conseguia manter o público e o povo curiosos sobre a sua próxima faceta. Tal como Madonna, a rainha acendeu os debates nacionais sobre a sexualidade feminina, utilizando-se da moda quando queria dar um recado à corte. Terá sido um acirro aos ânimos já de si revolucionários?
Diante de uma corte rígida, cheia de costumes e tradições, Marie chocou e fez sucessoras com o seu estilo sui generis e fora dos padrões da época. Diariamente, a rainha recebia a visita da modista Rose Bertin, conhecida como a “ministra da Moda”. Desses encontros saíram roupas e acessórios que fariam os carnavalescos do Brasil roerem-se de inveja, e que inspiram os estilistas até os dias de hoje. Por exemplo, John Galliano criou, em 2000, uma coleção inteira de alta-costura para a Christian Dior inspirada em Maria Antonieta e, mais recentemente, a coleção Cruise 2012/2013 de Karl Lagerfeld reabilita a opulência e frivolidade do século XVIII misturada com uma boa dose de glam rock. Segundo algumas comentadoras de moda, a coleção traz-nos uma "Marie Antoinette pronta para uma noitada". Outra importante personagem na vida desta monarca foi o seu cabeleireiro Leonard que, junto com Maria Antonieta, criaram o famoso penteado pouf ( um penteado altíssimo, segurado por arames e enfeitado), muito copiado pelas mulheres da aristocracia.
Astutamente, por meio de roupas novas, sapatos e penteados, a rainha impôs-se e colocou-se acima de qualquer mulher francesa, o que garantiu também que o seu marido não tivesse necessidade de ter mais nenhuma mulher, como era costume na época. Na verdade, o normal era as soberanas francesas projectarem uma imagem dócil e discreta, longe de todos os holofotes, cabendo antes às amantes dos monarcas demonstrarem o seu poder através de uma moda exibicionista e espampanante.
Cleópatra e Isabel I de Inglaterra também foram governantes que criaram uma moda própria, espelho do esplendor dos seus reinados, aproveitando-se do poder que a aparência tem para sugerir e influenciar opiniões, assim como para projetar a imagem pretendida. Cleópatra usava o poder da sua beleza para influenciar os negócios do estado, Isabel criou um vestuário fantástico e poderoso, tradutor do período em que reinou. Marie não foi excepção: “ela usava a moda como um instrumento político, como forma de aumentar ou sustentar a sua autoridade em momentos em que parecia estar sob risco, como nos sete anos que se passaram antes que ela tivesse um filho”, diz Caroline Weber, especialista em cultura francesa do século XVIII e autora de "Queen of Fashion".
E foi exatamente esta utilização da moda, como uma espécie de afirmação, que fez com que a rainha tivesse várias "fases". Numa delas, por volta de 1780, incorporou o conceito de Jean Jacques Rousseau de “retorno à natureza”. A fim de escapar dos rigores da vida na corte, a jovem rainha começou a vestir-se com um simples vestido de algodão e um grande chapéu de palha, chocando tudo e todos com a ideia de uma monarca pastora. Na verdade, o gosto simples de Antoinette atraiu ainda mais crítica que a sua antiga opulência. Com o cabelo desempoado e vestidos de linho, foi acusada não só de tentar colocar o vendedor francês de seda para fora do mercado em benefício dos seus irmãos tecelões belgas e alsacianos, como também foi acusada de reduzir o prestígio da monarquia por ser demasiado casual. Independentemente do que fizesse, havia (e há!) sempre aqueles que iriam criticar. No caso de Marie, o facto de ser austríaca fez dela um objeto de suspeição a partir do momento em que pisou território francês, mesmo entre a família Real. Para aqueles que procuravam o poder político pela supressão do regime real, a rainha de Luís XVI, com sua beleza e jovem imprudência, foi o alvo perfeito.
Em 1783 a economia cambaleava e Maria Antonieta ganhou o apelido de "Madame Déficit". Os seus hábitos extravagantes tornaram-se alvo da revolta popular contra tudo o que estava errado no Antigo Regimes. Atribui-se a Maria Antonieta uma famosa frase: “Se não têm pão, que comam brioches”, que teria sido proferida a uma das suas camareiras certa vez que um grupo de pobres foi ao palácio pedir pão para comer. No entanto, é consenso entre os historiadores que a rainha nunca disse a frase, que esta foi sendo usada contra ela durante a Revolução Francesa. Os registos históricos mostram, claramente, que, na época da sua coroação, Maria Antonieta angustiava-se com a situação dos pobres. Na correspondência com a mãe, Marie chega a comentar o alto preço do pão. Escreveu mesmo que: “Tendo visto as pessoas nos tratarem tão bem, apesar de suas desgraças, estamos ainda mais obrigados a trabalhar pela felicidade deles”.








quinta-feira, 25 de outubro de 2012

À espera do outono - Luciana Cascardo


Há uma fenda aberta neste coração doente
Que o faz definhar como um Sol poente
Vagarosamente, dolorosamente ...
Há pedaços espalhados para todos os lados
Busco constantemente minh' alma em meio aos resquícios
Perdida , abandonada , fria ...
Não há um sonho de amor que inebria
Esse triste ser , solitário,descrente , ferido
São tantos os fardos cruéis que o têm coagido
Que ele perdeu sua essência com o vento a carregar poeira
Talvez não haja mais ser no mundo que ainda o queira
Esse buraco negro que espatifa o âmago
Reverte sonhos em pesadelos
Embrulha o estomago
Ah se houvesse meio de desfazê-lo !
Tantos males , tantas decepções ...
Um coração que pulsava entra em coma outra vez
Onde um inverno sombrio engole os verões
E primaveras que o floriram em um conto de "Era uma vez"
A esperança fraca se encontra lá ...
Quando as primeiras folhas de outono caírem
O coração sequelado esperando ficará
Seus males e traumas partirem .
Junto as folhas secas jazidas no chão
O amor antigo finado permanecerá e então
Um novo há de surgir para a salvação
De um já tão machucado e amargurado coração.
Se ainda acredito que esse outono é a cura da alma
Ainda tenho forças para manter a fraca calma
O fim há de chegar sem me derrubar tão bruscamente
E coragem terei para seguir em frente.
Este desfecho que tarda já é tão evidente ...
Ah, minha estação da cura, devo esperar a tua chegada
Sei que um dia , quando tu partires, haverá outra primavera amada.
Ah coração , talvez não estejas tão mal quanto pareças.
Uma vez magoado , com essa ferida estás acostumado
Logo, é só permitir que não te esqueças
Que qualquer fardo pode e será superado .
O outono , sim ... O outono virá ampará-lo !

As palavras - Eugènio de Andrade - Portugal




São como cristal, as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras, orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
.
Eugénio de Andrade

em Poesia e Prosa

Mahler: Symphony No.3 - Jansons/BRSO(2010Live)


Alison Balsom - Badinerie from Orchestral Suite No2 BWV 1067


Tine Thing Helseth & The Tine Thing Helseth Quintet


sábado, 20 de outubro de 2012

RAMEAU - LES FETES DE POLYMNIE ( extraits ) - Hugo REYNE


J. Ph. Rameau: La Guirlande (1751) / Orchestral suite from the Ballet - Part I / Arts Florissants


Alexandre Tharaud: Chopinata, extrait de l'album Le Boeuf sur le toit


Prece no Alvorecer - Divaldo Franco - Joanna de Ângelis


Meu Deus e meu Senhor:
Eu gostaria de ser como a Via-Láctea de estrelas
para que as noites da Terra
Fossem mais belas
e a dor debandasse fugidia
na busca de um novo dia.
Mas, que na minha pequenez, sem conseguir,
Te quero pedir
para ser um pirilampo na noite escura,
iluminando a amargura
de quem anda na solidão.

Eu gostaria de ser
como uma chuva generosa,
que caísse na terra porosa
e reverdecesse o chão.
Mas, como não conseguirei,
então, Te pedirei
para ser um copo de água fria,
que mate a sede, a agonia
de quem anda na desesperação.

Eu gostaria de ser
um jardim de flores,
de todas as cores,
para embelezar a Terra.
Mas, na pobreza que minh'alma encerra,
se não puder ser um jardim,
deixe-me ser um rosa solitária
na frincha da rocha,Meu Deus e meu Senhor:
Eu gostaria de ser como a Via-Láctea de estrelas
para que as noites da Terra
Fossem mais belas
e a dor debandasse fugidia
na busca de um novo dia.
Mas, que na minha pequenez, sem conseguir,
Te quero pedir
para ser um pirilampo na noite escura,
iluminando a amargura
de quem anda na solidão.
Eu gostaria de ser
como uma chuva generosa,
que caísse na terra porosa
e reverdecesse o chão.
Mas, como não conseguirei,
então, Te pedirei
para ser um copo de água fria,
que mate a sede, a agonia
de quem anda na desesperação.
Eu gostaria de ser
um jardim de flores,
de todas as cores,
para embelezar a Terra.
Mas, na pobreza que minh'alma encerra,
se não puder ser um jardim,
deixe-me ser um rosa solitária
na frincha da rocha,
colocando beleza
no painel nobre da natureza.
Eu gostaria de ser
um trigal maduro,
para repletar de pão
a mesa da humanidade.
Mas, e demasiado para mim.
Como não poderei ser uma seara
ajuda-me a ser o grão,
que caindo no chão se multiplique num milhão
e me transforme em pão
para meus irmãos.
Eu gostaria de ser
como uma escada,
que levasse o herói ao pináculo da gloria.
Mas, não tenho valor para tanto.
Então, Te peco para ser
o primeiro degrau,
a fim de que ele alcance
a gloria de seu ideal.
Eu gostaria de ser
a montanha altaneira,
de onde se tivesse a visão
da Terra inteira,
e pudesse o Homem ser feliz.
Mas, se não conseguir,
eu Te quero pedir
para ser uma pedra, pavimentando o chão
por onde marche a criatura,
construindo o amor e a união.
Eu gostaria de ser
um pomar de frutos maduros
para acabar com a fome.
Mas, na pobreza que me consome
Te venho pedir
para ser uma arvore desgalhada,
projetando sombra na estrada
para que alguém,
quando passar de mansinho,
pelo meu caminho,
lhe possa dizer:
-Ola! meu amigo.
E se ele se voltar
e me perguntar:
-Quem es tu?
lhe possa contestar:
-Sou teu irmão!
da-me tua mão, sou teu amigo.
Eu gostaria de ser poeta,
artista, esteta,
trovador, cantor,
musicista, orador,
para falar da magia
e beleza da Tua gloria.
Mas, como quase nada sou,
me falta o verbo, a mestria,
então Te peco, Senhor,
para ser companheiro
da criatura deserdada
caminhando na estrada
da alucinacão
e, dando-lhe a mão de sustento
lhe dizer: sou teu irmão,
estou contigo.
Gracas, Senhor, porque nasci,
porque creio em Ti,
pelo Teu amor,
obrigado, Senhor!
colocando beleza
no painel nobre da natureza.

Eu gostaria de ser
um trigal maduro,
para repletar de pão
a mesa da humanidade.
Mas, e demasiado para mim.
Como não poderei ser uma seara
ajuda-me a ser o grão,
que caindo no chão se multiplique num milhão
e me transforme em pão
para meus irmãos.

Eu gostaria de ser
como uma escada,
que levasse o herói ao pináculo da gloria.
Mas, não tenho valor para tanto.
Então, Te peco para ser
o primeiro degrau,
a fim de que ele alcance
a gloria de seu ideal.

Eu gostaria de ser
a montanha altaneira,
de onde se tivesse a visão
da Terra inteira,
e pudesse o Homem ser feliz.
Mas, se não conseguir,
eu Te quero pedir
para ser uma pedra, pavimentando o chão
por onde marche a criatura,
construindo o amor e a união.

Eu gostaria de ser
um pomar de frutos maduros
para acabar com a fome.
Mas, na pobreza que me consome
Te venho pedir
para ser uma arvore desgalhada,
projetando sombra na estrada
para que alguém,
quando passar de mansinho,
pelo meu caminho,
lhe possa dizer:
-Ola! meu amigo.
E se ele se voltar
e me perguntar:
-Quem es tu?
lhe possa contestar:
-Sou teu irmão!
da-me tua mão, sou teu amigo.

Eu gostaria de ser poeta,
artista, esteta,
trovador, cantor,
musicista, orador,
para falar da magia
e beleza da Tua gloria.
Mas, como quase nada sou,
me falta o verbo, a mestria,
então Te peco, Senhor,
para ser companheiro
da criatura deserdada
caminhando na estrada
da alucinação
e, dando-lhe a mão de sustento
lhe dizer: sou teu irmão,
estou contigo.
Gracas, Senhor, porque nasci,
porque creio em Ti,
pelo Teu amor,
obrigado, Senhor!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Roberta Sá e Ney Matogrosso: Peito Vazio


Tolerância às Opiniões - Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes '


Para que os homens possam sentir-se felizes com a minha companhia, é necessário antes de tudo que eu tenha a grande força de ver como prováveis as opiniões a que aderiram, desde que as não venham contradizer os factos que posso observar; não devo supor-me infalível; não devo considerar-me a inteligência superior e única entre o bando de pobres seres incapazes de pensar; cumpre-me abafar todo o ímpeto que possa haver dentro de mim para lhes restringir o direito de pensarem e de exprimirem, como souberem e quiserem, os resultados a que puderam chegar; de outro modo, nada mais faria de que contribuir para matar o universo: porque ele só vive da vida que lhe insufla o pensamento poderoso e livre.

Roberta Sá - Samba De Um Minuto


Mambembe - Chico Buarque e Roberta Sá


Elomar - Cantiga de Amigo


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Concert de Trompettes pour les Fêtes sur le canal de Versailles


"Symphonies pour les Soupers du Roy"
composé par Michel-Richard de Lalande (1657-1726)
Hugo Reyne, La Simphonie du Marais
Ⅰ- Prélude avec les trompettes, Rondeau
Ⅱ- 2e Air pour les mesmes, Air des Echos
Ⅲ- Chaconne avec les trompettes
Ⅳ- Menuet avec les trompettes - 2e Menuet pour les hautbois (alternativement)
Ⅴ- Fanfare de trompettes, 2e Air des Echos

Lully - Fanfare pour le Carrousel Royal


Lully - Atys - Entrée et danse des Zéphyrs

J. Ph. Rameau: Platée (1745) / Prologue & Act I / Les Musiciens du Louvre Grenoble


Lully, Armide: "Les plaisirs ont choisi pour asile..." William Christie et Les Arts Florissants.


Handel, Giulio Cesare with Natalie Dessay