domingo, 24 de abril de 2011

Le Fantôme de l'Opéra (O Fantasma da Ópera)





Inspirado no livro Trilby, de George Du Maurier, o francês Gaston Leroux escreveu o romance Le Fantôme de l'Opéra (O Fantasma da Ópera), publicado pela primeira vez em 1910. Apesar de ter sofrido milhares de adaptações com o passar do tempo, tanto para o cinema quanto para o teatro, foi o famoso produtor musical britânico Andrew Lloyd Webber, em parceria com Charles Hart e Richard Stilgoe, que conseguiu fazer do romance uma das histórias mais conhecidas em todo o mundo. Sua versão, que estreou em West End, Londres, em 1986, o transformou em um dos compositores de maior influência do século XX.
Webber ousou variar gêneros em um mesmo contexto, construindo um ambiente que envolvesse horror, amor, ficção e tragédia em uma fantástica produção teatral. A história é densa, triste e provoca os instintos humanos, elementos fundamentais para o sucesso do musical. The Phantom of the Opera estreou no Majestic Theatre de Nova Iorque, na Broadway, em 1988.
O compositor errou, no entanto, em um único detalhe: o de entregar o papel da protagonista de The Phantom of the Opera à sua então mulher Sarah Brightman, cantora e dançarina. Ao horrível desempenho de Sarah, a crítica não conseguiu ser indiferente, muito menos piedosa, abalando fatalmente o casamento, que acabou em 1990.
Mas o show continuou e em 2006 a obra de Webber tornou-se a apresentação artística com o maior tempo de exibição da história.



O romance se passa no século XIX, na Ópera de Paris, e conta a estória de Christine Daaé, uma jovem humilde que tem a música na alma. O talento veio do pai, um violinista que ganhava a vida apresentando-se nas ruas e cuja morte levou consigo todo o entusiasmo musical de Christine. Porém, mesmo que relutante, a jovem decide entrar para o conservatório de Paris, mas não consegue progressos na vida artística.
Um dia, em seu camarim, ouviu uma voz – a mais bela voz que já tinha ouvido em toda sua vida – e acreditou que aquela era a voz do Anjo da Música, remetendo-a a uma estória infantil que seu pai contava quando ainda era criança. Mas a voz que escutara – e que trouxera novamente ao seu coração a alegria de cantar – não pertencia a nenhum anjo e sim a Erik, um gênio musical que também era arquiteto e ilusionista – nascido com uma terrível deformidade no rosto e que por isso vivia nos porões da Casa da Ópera, os quais tinha ajudado a arquitetar – um verdadeiro e imponente complexo construído em cima de um grande lençol de água subterrâneo.
E foi esse o lugar que escolheu para refugiar-se da sociedade por causa de sua incômoda aparência, o que o obrigava a usar uma máscara escondendo metade de sua face. Enquanto vivia nas fundações da Casa da Ópera usava de estratégias para assustar a administração e conseguir benefícios. Por isso ficou conhecido como “O Fantasma da Ópera”, fazendo com que muitas pessoas acreditassem que a Casa era assombrada.
Sem contato visual nem consciência de quem era ele, a jovem Christine era motivada pela voz de Erik, que a ajudava a desenvolver todo o seu potencial. Erik, então, apaixona-se por ela e a transforma-a em uma extraordinária soprano. Christine canta com a alma inspirada nas lições de seu misterioso tutor e projeta no palco toda a emoção e excitação de se envolver com voz com a qual fantasiava.





No entanto, a fascinação inocente que a jovem alimentava pelo fantasma era um inconsciente disfarce de um sentimento quase edípico, porquanto o fantasma trazia à memória as lembranças de seu velho pai que tanto amava. Era este o principal motivo que segurava Christine ao domínio de Erik, o fantasma.
Na verdade, o coração da jovem batia por um amigo de infância, com o qual se reencontra na Casa de Ópera, o tenor Raoul de Chagny. Quando Erik descobre o afeto entre os dois, sente-se traído por uma suposta ingratidão de Christine, transformando seu amor em uma assustadora obsessão.
O musical ostenta números impressionates: já foi montado em 25 países, ganhou 50 grandes prêmios do teatro, arrecadou mais de 5 bilhões de dólares e já foi visto por mais de 100 milhões de pessoas. Mas os números não param por aí, pois tanto a produção de Nova Iorque quanto a de Londres continuam em cartaz até hoje. The Phantom of the Operadomina a posição de maior espetáculo teatral de todos os tempos, ultrapassando o fenômeno “Cats”, também de Lloyd Webber, em todas as categorias.
Uma das últimas adaptações do romance foi feita para o cinema em 2004, pelo diretor Joel Schumacher, com roteiro do próprio Webber. O filme foi indicado ao Oscar pela categoria “Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Canção Original”.