sábado, 28 de julho de 2012

Kseniya Simonova - Sand Animation (Україна має талант / Ukraine's Got Talent)


Vale a pena "ganhar" alguns minutinhos para ver! Kseniya Simonova foi a ganhadora da edição Ucraniana do Got Talent.
Na final, ao vivo, fez uma animação da invasão da Alemanha na Ucrâniadurante a Segunda Guerra Mundial, tendo usado os dedos e uma superfície com areia. Trouxe lágrimas aos olhos de juízes e do público.Foram 8 minutos maravilhosos que demonstraram um talento especial e trouxeram, através da arte, a memória viva de uma guerra que marcou várias gerações. É de arrepiar mesmo. Artes assim deveriam circular na Web.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

The Celtic Viol (Vol. 2) / Treble Viol & Lyra Viol, Airs and dances / J. Savall & A. Lawrence-King


J. B. Lully: Armide (LWV 71) / Passacaille / Les Talens Lyriques


Nathalie Dessay "Tornami a vagheggiar" Handel


Jean Sebastian Bach''Messe en si Mineur''


BACH- CANTATAS BWV 27, 84, 95 & 161 - HERREWEGHE.wmv


Bach Concerto for Violin and Oboe in C minor, BWV1060


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Quantos Séculos Precisa um Espírito para Ser Compreendido? Friedrich Wilhelm Nietzsche



Os maiores acontecimentos e os maiores pensamentos – mas os maiores pensamentos são os maiores acontecimentos – são os que mais tarde se compreendem: as gerações que lhes são contemporâneas não vivem esses acontecimentos, - passam por eles. Acontece aqui algo de análogo ao que se observa no domínio dos astros. A luz das estrelas mais distantes chega mais tarde aos homens; e antes da sua chegada, os homens negam que ali – existam estrelas. “Quantos séculos precisa um espírito para ser compreendido?” – aí está também uma medida, um meio de criar uma hierarquia e uma etiqueta necessárias: para o espírito e para a estrela.


Friedrich Nietzsche, in "Para Além de Bem e Mal"

Ennio Morricone ''La leggenda del Pianista''


Ravel Bolero Ballet du XX ieme siecle Maurice Bejart Jorge Donn


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Nando Reis - Pra Você Guardei O Amor


German Brass Go Bach


Crepúsculo da Noite - Charles Baudelaire


O dia acaba. Uma grande paz surge nos pobres espíritos fatigados pelo trabalho da jornada e seus pensamentos tomam agora as cores ternas e indecisas do crepúsculo.
Entretanto, do alto da montanha chega à minha sacada, através das nuvens transparentes da tarde, um grande uivo, composto por uma multidão de gritos discordantes que o espaço transforma em lúgubre harmonia, como a da maré que sobe ou a ameaça de uma tempestade.
Quem são os desditosos que a tarde no acalma e que tomam, como as corujas, a chegada da noite como um sinal do sabá? Esta sinistra ululação nos chega do negro hospício empoleirado sobre a montanha; e à tarde, fumando e contemplando o repouso do imenso vale, arrepiado de casas onde cada janela diz: “A paz agora está aqui, está aqui a alegria da família”, eu posso, quando o vento sopra do alto, embalar meus pensamentos assombrados por essa imitação das harmonias do inferno.
O crepúsculo excita os loucos. Lembro-me que tinha dois amigos que o crepúsculo tornava doentes. Um passou a desconhecer todas as relações de amizade e de polidez, e maltratava, como um selvagem, o primeiro que aparecesse. ‘Vi-o jogar na cabeça de um mattre de hotel um excelente frango, em que ele via não sei qual hieróglifo insultante. A noite, precursora de profundas volúpias, para ele estragava as coisas mais suculentas!
O outro, um ambicioso frustrado, tornava-se, à medida que o dia baixava, mais azedo, mais sombrio, mais impertinente. Indulgente e sociável durante o dia, ficava impiedoso à noite, e exercia, raivosamente, suas manias crepusculares não somente em relação aos outros, mas, também, consigo próprio.
O primeiro morreu louco, incapaz de reconhecer sua mulher e o filho; o segundo leva em si a inquietude de um mal-estar perpétuo, e mesmo se fosse gratificado com todas as honras que possam conferir as repúblicas e os príncipes, creio que o crepúsculo acenderia ainda nele o ardente desejo de receber distinções imaginárias. À noite, que introduzia trevas em seu espírito, iluminava o meu, e, ainda que seja raro ver-se a mesma causa engendrar dois efeitos contrários, deixa-me sempre como que intrigado e alarmado.
Ó noite! Ó refrescantes trevas! Vós sois para mimo sinal de uma festa interior, vós sois a redenção de uma angústia! Na solidão das planícies, nos labirintos pedregosos de uma capital, a cintilação das estrelas, a explosão das lanternas, vós sois o fogo de artifício da deusa Liberdade!
Crepúsculo, como sois doce e terno! Os clarões róseos que se arrastam ainda no horizonte, como a agonia do dia sob a opressão vitoriosa da sua noite, os fogos dos candelabros que criam manchas de um vermelho opaco sobre as últimas glórias do poente, os pesados cortinados que uma mão invisível atrai das profundezas do Oriente, imitam todos os sentimentos complicados que lutam no coração do homem nas horas solenes de sua vida.
Dir-se-ia, ainda, uma dessas vestes estranhas de dançarinas, onde uma gaze transparente e sombria deixa entrever os esplendores amortecidos de uma saia deslumbrante, como sob o negro presente transparece o delicioso passado; e as estrelas vacilantes, de ouro e prata, dos quais é semeada, representam estes fogos da fantasia que só se iluminam bem sob o luto fechado da Noite.

Bach Piano Concerto No.2 in E major, BWV1053 by András Schiff


Tine Thing Helseth & tango trio - Libertango, by Piazzolla (live, 2009)


terça-feira, 17 de julho de 2012

Dia de Luz - Redação do momento espírita

O despertador toca e você acorda. Abre os olhos e torna a contemplar as mesmas cenas do ontem.
Pela sua mente ágil, as dores sofridas passam em cenário cinematográfico.
Você sente o corpo dolorido e cansado. Na boca, o gosto da amargura, que como fel, lhe fere o paladar.
Novo dia... Contudo, embora a noite de sono, não serão novas as lutas.
Os problemas financeiros não se solucionaram no intervalo de algumas horas. A enfermidade que se abateu em seu lar não partiu. Ao contrário, você a sente mais presente do que nunca, nos gemidos que já lhe chegam aos ouvidos.
Há que erguer-se do leito e retornar às lutas. A mesma luta.
Você sente desânimo e pensa: Por que Deus não me tirou a vida, enquanto dormia? Sinto-me exausto. Não desejo mais sofrer, nem lutar.
No entanto, os minutos correm céleres e é preciso retomar as atividades.
Entre a tristeza e o desalento, você se ergue e abre a janela.
Neste instante, o sol lhe bate em cheio na face e ilumina o seu quarto.
Faz-se luz e a luz espanca as trevas.
É novo dia! - Informa-lhe o sol.
Há alegrias no ar! - Cantam os pássaros.
A brisa da manhã o envolve e a natureza toda o convida a reformular suas disposições íntimas.
Pare um instante. Encha os seus pulmões com o ar renovado da manhã. Respire profundamente. Contemple o azul do céu e dirija ao Criador a sua prece.
Prece de gratidão por mais um dia no corpo. Em vez de rogar a Deus que lhe tire a vida, rogue-Lhe forças para o combate.
É dia novo. Você não pode imaginar o que a Divindade lhe reservou para hoje.
Pense em quantas pessoas almejariam estar em seu lugar, agora.
Enfermidade, dor, desemprego são problemas a serem administrados e equacionados, ao longo da existência.
Recorde que a Divindade lhe providenciou um dia de luz para você treinar, outra vez, disciplina, paciência, perdão.
Não perca a oportunidade. Não jogue fora as chances de crescimento e resgate.
E hoje, enquanto você sofre, luta e espera, alegre-se com os sons da vida, com o sorriso das crianças, com o colorido da Natureza que o Pai Criador dispôs especialmente para você.
Sorria. As lutas poderão ser semelhantes, mas não idênticas.
Porque dia como este nunca houve e não haverá outra vez.
Deus não se repete. Detenha-se a descobrir detalhes e observe a riqueza que o circunda.
Amigos, colegas, brincadeiras, abraços.
Nada será igual ao que já foi.
Desfrute deste dia integralmente, porque dia igual a este só se vive uma vez.
Cada dia é bênção nova. Cada minuto é oportunidade espontânea de crescimento.
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita,

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Trombone Shorty & Orleans Avenue - Jazzwoche Burghausen 2011 fragm. 1


Ennio Morricone The Ecstasy of Gold.


Handel - Water music - English Baroque Festival


Loreena McKennitt- Skellig


O light the candle, John
The daylight has almost gone
The birds have sung their last
The bells call all to mass


Sit here by my side
For the night is very long
There's something I must tell
Before I pass along

I joined the brotherhood My books were all to me
I scribed the words of God
And much of history

Many a year was I
Perched out upon the sea
The waves would wash my tears,
The wind, my memory

I'd hear the ocean breathe
Exhale upon the shore
I knew the tempest's blood
Its wrath I would endure

And so the years went by
Within my rocky cell
With only a mouse or bird
My friend; I loved them well

And so it came to pass
I'd come here to Romani
And many a year it took
Till I arrived here with thee

On dusty roads I walked
And over mountains high
Through rivers running deep
Beneath the endless sky

Beneath these jasmine flowers
Amidst these cypress trees
I give you now my books
And all their mysteries

Now take the hourglass
And turn it on its head
For when the sands are still
'Tis then you'll find me dead

O light the candle, John
The daylight is almost gone
The birds have sung their last
The bells call all to mass

terça-feira, 10 de julho de 2012

Há urgência neste apelo - Baudelaire



(…) A sepultura e a alcova, em blasfêmias fecundas,
Nos dão de quando em vez, como boas irmãs,
Os prazeres do horror e as carícias malsãs.(…)

- Charles Baudelaire, “As duas boas irmãs”

Há urgência neste apelo.
Uma dor ecoa nesse chamado.
Uma ordem requere sua chegada.
Hermes, apresse sua porção alada.
Preparo-me, impaciente, diante de um toucador imaginário.
Nove minutos e noventa passos distanciam-nos da consumação.
Determino data, hora, local para que se realize o meu capricho. Minha ânsia atroz.
Descomponho o outro, atiço-lhe o orgulho como se remexe uma fogueira. Quero que lhe doam essas ínfimas brasas. A pele marcada por pequenos sinais, souvenirs do sinistro prazer.
Ordeno que venha rápido. O sofrimento e as agruras da minha pressa e determinação.
Demarco todos os meus desejos e caprichos na ponta de um salto agudo imaginário, que perfura dolorosamente o seu receio, a fazer da fera bicho manso e dócil. Medo de cometer um erro sequer e perder-se na minha lâmina pensante. Impossível atravessar o roteiro traçado de viés. A mera miragem de perder a presa no momento de fúria faz da sua vontade músculos e movimento a reagir.
Imprimo-lhe a dor urgente do meu estímulo, a requerer, iminente, que algo atravesse meus sentidos, contundente, preciso, doloroso, brevíssimo. Perfurar, pungir, mortificar até que eu desfaleça. O prazer inoculado nessa transgressão.
O outro a exalar um medo animal, corre, selvagem. O odor alquímico a lhe atrair a esse domínio feminino. Na desabalada, o reflexo ardente de um cristal atinge-lhe em cheio o olhar, lembrando a ampulheta no aparador a escoar seus últimos grãos de areia. Mais um minuto apenas. O desespero impinge ao corpo, então, as torturas mais cruéis: atravessa espaços sinistros e inóspitos, farpas perfuram-lhe o corpo. A gravidade, dolorosa, a sugar-lhe um rio vermelho. Consigo carrega nada além do poder que, ao fim, nos libertará.
Pressinto sua chegada. O calor que sobe em vapores etílicos entorpece a determinação de lhe negar três vezes.
Uma voz poderosa brada que se abram as portas deste reino. A ponte levadiça desiste de oferecer resistência. Cavalariços abrem caminho a ele que chega. Cavalos, indomáveis, exalam algo indizível. As mulheres calam-se à sua passagem.
Inserido na extremidade do destino. Aplico um punhal fino na sua vontade, retalho as pretensões de seu orgulho masculino, rasgo-lhe os códigos preestabelecidos. Em gotas ferventes um unguento poderoso a arrancar-lhe a pele. Enceno um escárnio de sua indefesa condição. Deusa absoluta desse capítulo da história humana.
Premeditada, descarno por um instante a vendeta feminina. E, paradoxo, entrego-me aos braços ferozes e tirânicos. Esfolada viva, permito que lâminas finíssimas escalpem e dilacerem o que há em mim. Um prazer sórdido apodera-se de meus nervos expostos. E, do alto do meu orgulho, profetizo um mundo maldito e cruel.
E no ápice dessa tortura, algo abocanha o núcleo do amor. O poder do elixir que perpetua a espécie expande-se num silêncio bruto.
Algo congela-se num tempo histórico.
Um mundo inteiro interrompe seu curso.
Em repouso absoluto, corpos recuperam essências.
Hermes, enfim, cumpriu o prometido.

German Brass Go Bach


Edward Elgar's Sospiri op. 70 - Sol Gabetta


George Fredrich Handel Organ Concertos,Ton Koopman