«Perguntou-me o que é que eu escrevia nos livros. Respondi-lhe que me escrevia a mim. Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridículas: amor, esperança, estrelas, e nas palavras mais belas: claridade, pureza, céu. Transformo-me todo em palavras.» José Luis Peixoto
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Fardagens, by Lena
Hoje me vesti de brisa,
Suave estou e mole por assim dizer.
Há sempre uma veste que amolda o momento.
Suave estou e mole por assim dizer.
Há sempre uma veste que amolda o momento.
Não preciso abrir o armário,
as roupas expostas como véu,
estão jorradas nas páginas do dia
e encaixam sem pedir licença.
as roupas expostas como véu,
estão jorradas nas páginas do dia
e encaixam sem pedir licença.
Olho em volta...
colinas vestidas de verde.
Marrons opacos
não projetam sobre mim sombras,
não maculam minha sobriedade
e nem erguem meus devaneios.
colinas vestidas de verde.
Marrons opacos
não projetam sobre mim sombras,
não maculam minha sobriedade
e nem erguem meus devaneios.
Coração purgado...
não atina o desmereço.
Então essa bonança me assanha,
me envolvo nela como um rodamoinho
em fina flor de cortar respiração.
não atina o desmereço.
Então essa bonança me assanha,
me envolvo nela como um rodamoinho
em fina flor de cortar respiração.
Sopram-me vertentes do bem.
Mas...por segundos
projeto-me à sombra,
temendo na alvura me ferir.
Mas...por segundos
projeto-me à sombra,
temendo na alvura me ferir.
Sinto o vermute...
e calos deixados por vestes
de outros dias...
Pesadas fardas.
e calos deixados por vestes
de outros dias...
Pesadas fardas.
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