O menino sem querer viu o céu, desconcertando-se de grandeza. Viu que o tempo era um fragmento de nossa lendária eternidade e que não há diferença entre o primeiro e o último suspiro. As estrelas iluminavam-lhe a morte de forma tão precisa que, sem querer, percebeu-se festejando a vida intensamente. Embriagado de desejo, enfiou as mãos na areia para sorver a voz espalhada pelo pó e vindas de tantas bocas. O dia seguiria surgindo inevitavelmente, ascendendo e apagando gerações inteiras, infectando de luz nossas trevas cotidianas.
O menino que olhava o céu, desconcertado de grandeza, amava em silêncio o instante sempre perdido.
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