domingo, 11 de novembro de 2012

Relógio - Prado Kelly


Teces, fios do Tempo, as Horas... Em nevoentos dias, severo deus, Cronos vívido, escreves, na eterna oscilação dos nossos pensamentos, glórias benditas, gozos suaves, sonhos leves. E, enquanto marcas, no fragor dos sentimentos, horas rubras de chama e horas frias de neves, para instantes de dor teus compassos são lentos, para sonhos de amor teus minutos são breves. Dá-me repouso, ó Tempo, e dai-me, Horas augustas, a esmola do sossego e a mercê do abandono. Quero dormir... A treva é a luz das almas justas. E, ó Destino, concede à minha alma incendida a Morte, pois a Morte é o infinito do sono e o sono, mais que tudo, é o conforto da Vida.

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