domingo, 6 de maio de 2012

Poema - Eugénio de Andrade


Passamos pelas coisas sem as ver, 
gastos, como animais envelhecidos: 
se alguém chama por nós não respondemos, 
se alguém nos pede amor não estremecemos, 
como frutos de sombra sem sabor, 
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

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