«Perguntou-me o que é que eu escrevia nos livros. Respondi-lhe que me escrevia a mim. Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridículas: amor, esperança, estrelas, e nas palavras mais belas: claridade, pureza, céu. Transformo-me todo em palavras.» José Luis Peixoto
sexta-feira, 22 de abril de 2011
A primeira mulher catalogada como pintora na história - Artemisia Gentileschi
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Danae |
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Judite decapitando Holofernes |
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autorretrato |
Artemisia Gentileschi nasceu em Roma em 1593. Era filha de um pintor talentoso Orazio Gentileschi, que dominava muito bem a técnica de claro/escuro, muito na linha de Caravaggio. Artemisia vai ser muito influenciada por estes grandes nomes da pintura barroca.
Depois de receber os primeiros ensinamentos do seu pai, este, perante a impossibilidade desta frequentar a Academia, vai entregá-la aos cuidados de um amigo (Agostino Tassi). Tassi aproveitou-se da juventude e ingenuidade da jovem pintora. Acabou por a seduzir e violar. Esta violação deu origem a um longo, humilhante e penoso processo judicial, a que Artemisia se viu exposta e vilipendiada.
Sabe-se hoje que Tassi acabou por ser condenado a um exílio de Roma por um período de cinco anos. Este exílio acabou por durar apenas quatro meses, graças às influências que ele soube mexer.
A obra de Artemisia vai refletir este desejo de vingança. Neste quadro, tema recorrente na pintora, o general assírio Holofernes é decapitado por Judite, que assim libertou o seu povo (judeu) do jugo dos pagãos. Judite é quase um auto-retrato da própria Artemisia: forte, vingadora e convicta. A degolação pode simbolizar a castração que ela certamente queria infligir ao seu abusador.
A pintora trabalhou arduamente para sustentar a família, visto que o seu marido, que gostava demasiado do jogo, apenas contribuía para que as dívidas se acumulassem.
Durante muito tempo a obra de Artemisia foi injustamente esquecida e por vezes atribuída a seu pai.
Hoje o seu reconhecimento é universal e constata-se que a sua obra contém, em muitos casos, um ponto de vista único, feminino e até feminista, extremamente avançado para a sua época. (Fonte Ao sabor do momento)
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